: ´-(

Tem momentos na vida que a gente pára e questiona se toda esta merda aqui, esta realidade, a vida mesmo, vale a pena e pra que serve. Hoje é um dia assim.

Um colega morreu ontem assassinado, numa tentativa de assalto no Rio, onde ele morava e trabalhava.

Eu não cheguei a ser amigo do FerVil porque nossos destinos acabaram sendo diferentes, mas eu o conheci. E sabia o suficiente dele -por pessoas que eram amigas dele- pra saber que o cara era gente finíssima. Um amigo daqueles indispensáveis.

Coisas assim não passam em branco na vida de ninguém. A morte de qualquer pessoa choca, imagine só a de alguém que, mesmo não sendo próximo, era conhecido? Sinto pelas pessoas que conviviam com ele e dele eram amigas. 

A sensação que eu tenho às vezes de que a vida é uma grande merda inútil aumentou muito. 

Abraço, FerVil. Não sei onde você tá nem se a gente realmente vai pra algum lugar quando a vida acaba, mas fique em paz onde você estiver, rapaz.

atilac ter 27.jul.2004 11:20:00

Responda com sinceridade

Suponha que as drogas sejam legalizadas, e as bocas de fumo virem estabelecimentos comerciais, com firma aberta e tudo mais.

E digamos que você trabalha na boca.

Mas, de repente, a boca pára de pagar seu salário e, sem mais nem menos, te demite.

Mesmo sabendo dos eventuais riscos e do seus direitos trabalhistas,

Você colocaria a boca no pau?

atilac ter 27.jul.2004 09:38:00

Nova ordem mundial

Atualmente, o mundo não está dividido apenas entre ricos e pobres, conectados e desconectados e heteros e glbts.

Está também entre ignorantes e ignorados. Se você não é um, certamente é o outro.

Por isso já não ligo mais pro fato de ninguém me dar ouvidos.

atilac seg 28.jun.2004 15:22:00

Que diabos é um “caudilho”?

A quem interessar ou ajudar possa:

Caudilho é uma palavra de origem espanhola utilizada para designar o chefe militar de forças dispersas que lhe são fiéis.

Não precisa agradecer.

atilac qua 23.jun.2004 11:26:00

Em homenagem ao Dia das Mães

(Descaradamente copiado do blog da Zel)

tudo o que sempre necessitei saber, aprendi com a minha mãe:

minha mãe me ensinou a apreciar um trabalho bem feito:
“SE VOCÊ E SEU IRMÃO QUEREM SE MATAR, VÃO PRA FORA. EU ACABEI DE LIMPAR A CASA!!”

minha mãe me ensinou a ter fé:
“É MELHOR VOCE REZAR PARA QUE EU NÃO PEGAR VOCÊ FUMANDO”

minha mãe me ensinou a lógica:
“POR QUE EU ESTOU DIZENDO, ACABOU, PONTO FINAL!”

minha mãe me ensinou o que é motivação:
“CONTINUA CHORANDO QUE EU VOU TE DAR UMA RAZÃO VERDADEIRA PRA VOCÊ CHORAR!”

minha mãe me ensinou a contradição:
“FECHA A BOCA E COME!!!”

minha mãe me ensinou a ter força de vontade:
“VOCÊ VAI FICAR AÍ SENTADO ATÉ COMER TUDO”

minha mãe me ensinou a valorizar um sorriso:
“ME RESPONDE DE NOVO E EU TE ARREBENTO OS DENTES!!!”

minha mãe me ensinou a retidão:
“EU TE AJEITO NEM QUE SEJA NA PANCADA!!!”

OBRIGADO, MAMÃE!!!

atilac dom 09.maio.2004 10:49:00

Vigilância e controle: o mundo precisa de análise

Num thread que está rolando na lista da minha turma de pós-gradução em Mídias Interativas, sobre vigilância e controle, mandei uma mensagem que achei legal postar aqui. Lá vai.

* * *

O mundo precisa mesmo de análise (a Mari* tá certa), porque só uma análise muito profunda poderia ajudar o próprio mundo a se descobrir, só essa análise pode ajudar a desvincular o conceito de poder do conceito de potência sexual. Quando penso em ditadores (óbvios, como Fidel, e quase assumidos, como Bush), penso em homens sexualmente impotentes que não conseguem resolver seus traumas sozinhos (e não sabem que deveriam procurar uma terapeuta ou não querem) e acabam por extravazar seus traumas nos seus iguais, em nós, no mundo, enfim. Sendo mais direto, fodem as pessoas do jeito que podem (porque pra esses caras parece que foder é o mesmo que mandar, controlar).

Também acho que isso de vigilância, controle, existe em grande parte porque nossa sociedade é essencialmente machista -nunca vi mulheres ditadoras. É como se o homem vivesse um momento de insegurança em relação à sua sexualidade e à sua performance que só pode ser resolvido com o controle do outro -e das outras. “Precisamos mostrar que temos poder, que podemos controlar essa joça. Que ELAS não podem tanto quanto nós.”

Duvido que um mundo igual, ou seja, em que homens e mulheres são considerados iguais por eles mesmos, padeça dos mesmos problemas. Acho que algumas sociedades são exemplo disso (a Suécia acho que pode ser citada).

Esse potencial analista do mundo (que bem poderia ser uma mulher) deveria mostrar a esses homens que o mundo não precisa de vigilância para ser melhor ou mais seguro. Só precisa de liberdade. E dar liberdade para as pessoas não significa bagunça (essa é a mentalidade do homem tradicional, aquele que mandava na casa e dizia que “botava ordem na casa”). Significa ensiná-las a valorizar o ser humano em tudo o que fizerem. Pode-se fazer tudo, desde que o ser humano (a natureza e tudo o mais relacionado a ele) seja preservado, seja sempre o objetivo.

Tá certo, tá certo, sou muito ingênuo. Mas acho que ingenuidade é um artigo raro hoje e é também necessário pra fazer contraponto a essa realidade crua e dura que a socidade vive (deixando bem claro que não acho que a realidade seja totalmente dura ou ruim).

* Mari é a Mariana Otero, uma das pessoas mais queridas da turma e mais legais que já conheci. Foi ela que sugeriu que o mundo precisa de análise e de quem eu roubei o conceito pra escrever esse texto. 😉

atilac sáb 08.maio.2004 19:30:00

Herpes, o que seria de mim sem ela?

Já teve herpes? Se não teve -ou não tem, porque herpes é um problema crônico-, não sabe o que está perdendo. 

Você não sabe como é bom ficar com a boca dolorida, ardendo e o machucado raspando no aparelho ortodôntico (dentário, Átila!). Uma dilícia! Melhor de tudo é que o Zovirax (na verdade, o genérico dele que eu tenho) não faz efeito nenhum. Isso significa que essa sensação boa só vai parar quando o machucado decidir cicatrizar.

atilac qui 06.maio.2004 12:28:00

Um inferno dentro do inferno

Ontem foi um dos piores dias do ano, senão o pior. Pra quem tava lá assistindo aos shows do evento de 1º de Maio, tudo correu como sempre. Calor, suor, melação de corpos, gostosas se apresentando no palco, cantores bregas e ridículos fazendo a mulherada de cabeça pequena molhar a calcinha de excitação. Um paraíso no inferno.

Pra quem tava lá atrás do palco, recebendo a imprensa e os “artistas”, foi uma merda completa. Desorganização total. Não poderia ser pior. Quer dizer, poderia, mas só se abrissem a porta pra todo mundo entrar. Porque só faltou mesmo isso.

Fiz papel de idiota escoltando filha e amigas da filha de um diretor. “Leve a menina pra ver o Alexandre Pires um minuto, Átila”, disse o diretor de marketing. Claro, quem sou eu pra me negar a fazer isso, não é mesmo? E o pai da menina ainda disse pra ver se dava pra elas verem o Leonardo. “Vou tentar, vou tentar.” Nestas horas, é melhor parecer a pessoa mais bem intencionada e disposta do mundo. Nunca se sabe o que podem falar de você pro seu chefe. Mesmo numa central sindical -que deveria ter a função primordial natural de proteger o trabalhador, fazendo com que nada injusto aconteça com ele-, pode-se perder o emprego por isso ou, no mínimo, ser mal visto, o que já atrapalha bastante no dia-a-dia.

Também quase fui agredido fisicamente por um repórter insano. Tudo por culpa da decisão do meu chefe e do marketing em não colocar comida e bebida na sala de imprensa. Justificaram a medida dizendo que era para não juntar gente que não era da imprensa. “Quem quiser comer que vá comprar”, foi o que ouvi semana passada. Legal. Só que esses caras que determinaram isso não ficaram lá pra ver o que aconteceu e não sofreram nada com isso. Eu, sim. E a reclamação do repórter que quase me agrediu -que, apesar da insanidade e da exaltação, tinha razão- era simplesmente porque não havia água na sala. Todos estavam lá fazia horas, num lugar pequeno (outro erro da organização), completamente sujo (de latas e da pouca comida que passou por ali), quente (tinha três aparelhos de ar-condicionado que não funcionavam ou não davam conta do recado) e fedendo a suor. Outro inferno, só que neste caso não estava bom pra ninguém.

Havia um lugar com comida e bebida para a imprensa, mas havia tanta gente que não era nem imprensa nem da organização (os famosos conhecidos de não sei quem) que decidiram fechar a área. Ninguém mais podia nem beber água nem comer o que quer que fosse. Nem -veja bem- nem nós, da assessoria de imprensa. Da organização, enfim. Resultado: fui obrigado a pagar pra almoçar. Me restou o McDonald’s. (Nem preciso dizer que não haverá reembolso disso, né? Que bom que vocês entendem)

Gostaria muito, de coração, de nunca mais participar desse evento. Mas não tem jeito. Sou obrigado a trabalhar nisso.

Alguém tem alguma sugestão pra mim? Aguardo ansiosamente.

atilac dom 02.maio.2004 14:17:00