Tipo
Sou do tipo que acha um absurdo alguém não querer assistir aos jogos da seleção ou dizer que odeia futebol. Não adianta, sou assim e pronto.
Pra mim, a Copa do Mundo é o único momento em que nós sentimos realmente o que é ser brasileiro. A única vez que sabemos o que é dar as mãos para a pessoa que está do lado, mesmo sem saber quem é, e que temos certeza de que ela está vibrando por um mesmo objetivo ou que está emocionada por um mesmo motivo.
Não concordo que digam que é nacionalismo idiota e falso. Falso não é, porque o sentimento das pessoas não é invenção, é real. E idiota também não, porque as pessoas são conscientes, sabem que estão na merda e que o futebol não vai tirá-las de lá, mas também sabem que gostam de futebol e que gostam de vibrar com a seleção jogando. Uma coisa não exclui a outra. Não é porque a situação econômica do país está ruim que a sociedade inteira deve se esquecer do futebol para tentar arrumá-la. Sendo assim, deveríamos esquecer todo tipo de esporte, da capoeira à natação, porque todos eles só serviriam para alienar o público, que estaria fugindo das agruras políticas para buscar conforto no esporte.
Se a natação fizesse tanto sucesso quanto o futebol, os amantes de natação não diriam o que dizem da seleção brasileira nem do futebol em si. Isto vale também para os amantes do vôlei. Duvido que fossem criticar os brasileiros que estivessem parados para ver a “seleção entrar em quadra”.
Se você não gosta de futebol, azar o seu. Fique na sua, fique em casa, não comemore, não pendure bandeiras. Mas também não encha o saco dizendo que “futebol é uma perda de tempo”. Você já pensou que está perdendo muito do seu tempo dizendo isso?