Quando li uma resenha sobre o filme, não achei que fosse tão bom quando o jornalista dizia no texto. Mas O Invasor me impressionou muito. O filme como um todo, que traz artistas excelentes, como o Alexandre Borges e o Marcos Ricca, e o estreante titânico Paulo Miklos, que é um show à parte nesse filme do Beto Brant.

Miklos encarna de uma forma tão boa o personagem que fica difícil imaginar como ele é quando não está fazendo o papel de Anísio, o assassino de aluguel desse drama policial. Como bem frisou o Sérgio Rizzo, do Guia da Folha (acho que é dele a resenha que li, não lembro bem e estou com preguiça de pegar o Guia), os diálogos e o filmes são muito contundentes. Entenda-se por “contundente” diálogos fortes, bem colocados, na medida certa. Não há nada gratuito; tudo é muito bem amarrado e produzido.

Os personagens estão muitíssimo bem caracterizados, as cenas, idem, e as locações são ótimas. Quem é paulistano vai se identificar muito com a história, que se passa na nossa cidade, e também sentir tristeza por ver que tudo o que está ali é o nosso dia-a-dia: a violência, as drogas, os jovens imbecis que acham que abafam usando um piercing, uma tatuagem, cocaína, ecstasy e maconha (ver Mariana Ximenes, que está bem no papel de burguesinha metida à besta), o pessoal do morro que não tem chance de mostrar seu potencial artístico (ver cena com o rapper Sabotage), as situações que causam medo nas pessoas que vivem aqui nesta cidade maluca e perigosa. É um retrato muito bem feito da nossa realidade triste e miserável.

Se fosse necessário destacar apenas uma qualidade de O Invasor, eu escolheria o Paulo Miklos. Só a atuação do músico-agora ator já vale o ingresso (que me custou R$ 11 porque minha carteira da UNE não vale mais. Merda!).

Eu assisti no Shopping Metrô Santa Cruz, sala 4, às 19h. Foi bacana, recomendo o lugar porque é de acesso muito fácil e rápido. Mas aqui tem outros lugares e horários.