A Huawei lançou o seu sistema operacional próprio para PC, o HarmonyOS PC, para uso nos seus computadores, primeiramente no Huawei MateBook Pro. Isso acontece depois de alguns anos do lançamento do seu OS para seus smartphones, e me fez pensar sobre as consequências disso e das sanções de EUA e UE contra a chinesa, inclusive de usar Windows em suas máquinas.

A Huawei criou OSs do zero, sem usar como base Linux, nem FreeBSD, nem Unix, nem absolutamente nada que conhecemos, ou seja, um sistema completamente independente das tecnologias do ocidente. Criou um sistema que integra smartphones e PCs de forma fluída e com excelente performance segundo a mesma, a conferir em testes futuros. Como ela também fabrica seu próprio hardware, temos aí uma nova Apple, com a diferença que a norte-americana se baseou em tecnologias existentes (FreeBSD e Mach). Isso se ela mantiver os OSs apenas para o seu uso, e é aí que o futuro pode ser bem diferente da realidade atual.

E se a Huawei permitir que outras grandes empresas chinesas utilizem o seu sistema, criando, assim, um novo ecosistema multimarcas e multidevices, como Windows e Linux? Imagine se Xiaomi, Oppo, Vivo e Honor decidirem adotar o HarmonyOS em resposta às restrições e guerra de tarifas? Isso pode tornar o sistema tão importante quanto o Android e o iOS nos smartphones, e tão representativo quanto o Windows e o macOS nos computadores (apesar de este último caso me parecer um pouco mais complicado e demorado, ainda que possível).

No fim, se isso acontecer mesmo, a causa terá sido aquela primeira declaração de “guerra” dos EUA contra a Huawei, porque, sem ela, todas as fabricantes chinesas teriam continuado a usar Android e a dar suporte ao Windows e ao Mac, todos Yankees.

Talvez os EUA e o ocidente tenham dado um tiro no pé sem perceber, simplesmente por subestimar a qualidade, velocidade e competência dos chineses em não depender das soluções do ocidente.