Um por todos e todos por um

Computação distribuída – ou “de grade” – utiliza tempo de inatividade dos micros pessoais para solucionar questões científicas

Átila Cavalcante

20/02/2004 (publicado originalmente na PC World ou no UOL)

Que tal fazer parte de uma grande pesquisa científica para entender o funcionamento das proteínas ou ainda estudar a evolução das espécies sem saber nada de genética nem de antropologia? Graças aos projetos de computação distribuída, isto não só é possível, como já está consideravelmente difundido.

Também chamados de “computação de grade” ou “processamento em rede”, esses projetos são úteis porque suprem a necessidade computacional de centros e programas de pesquisa que precisariam de muito mais recursos do que dispõem para processar rapidamente a volumosa quantidade de dados que têm em mãos.

Além disso, tornam mais úteis os computadores daqueles internautas que tratam seus PCs como samambaias sugadoras de energia. Isto porque os softwares desses projetos trabalham exatamente quando o micro está no “modo samambaia”, ou seja, ligados, mas sem ninguém usando.

O esquema é simples, mas poderoso: o aplicativo de computação distribuída faz download para o micro do usuário de pequenos pedaços de informação do projeto ao qual é relacionado, processa localmente e envia os resultados para o servidor central. Tudo sem chamar a atenção.

Para difundir essa nobre prática e também ajudar o seu computador, caro leitor, a não ficar vegetando, aqui vão descrições e links de alguns projetos de computação distribuída. 

Como diriam os Três Mosqueteiros se navegassem na Internet: um por todos e todos por um!

SETI@home

http://setiathome.ssl.berkeley.edu/

O mais conhecido projeto de computação distribuída utiliza micros de todo o mundo para processar sinais do espaço e tentar descobrir sinais de inteligência extraterrestre. Recomendado para fãs de Jornada nas Estrelas e quem acredita que “a verdade pode estar lá fora”.

Intel® Philanthropic Peer-to-Peer Program

http://www.intel.com/cure/

Tem o objetivo de unir milhões de PCs e criar o sistema de computação mais poderoso da Terra, além de promover a adoção e a aceitação desse tipo de projeto na pesquisa científica. Traz links para pesquisas da área médica que utilizam a computação distribuída.

FightAIDS@Home (FAAH)

http://fightaidsathome.scripps.edu/download-FAAH.html

Desenvolvido por uma empresa chamada Entropia, especializada em softwares de computação distribuída, o FightAIDS@Home tenta encontrar componentes que possam servir na luta contra a doença. Segundo a empresa, há cerca de 60 mil PCs de 20 países envolvidos no projeto. Só uma máquina com 14 terabytes de memória e 1.335 terabytes de espaço em disco poderia substituir a rede formada.

Google Compute

http://toolbar.google.com/dc/offerdc.html

Para o internauta participante do Google Compute, a única coisa visível é o botão com ícone de dupla-hélice (representando o DNA) localizado na Google Toolbar. A idéia do site mais famoso de buscas da atualidade é beneficiar uma série de pesquisas, não apenas uma. Por enquanto, os voluntários ajudam apenas o projeto Folding@home (leia abaixo).

Folding@home

http://www.stanford.edu/group/pandegroup/folding/

Como funcionam as proteínas, as responsáveis pela realização das instruções presentes no nosso DNA? Esta é a pergunta que este projeto pretende responder, para tornar possível a descoberta de medicamentos de combate a doenças como o Alzheimer, a Vaca Louca e o Mal de Parkinson. Há versões do software para download em modo gráfico, proteção de tela e console (somente texto).

Evolution@home

http://www.evolutionary-research.org/index.html

Analisar possíveis causas genéticas relacionadas ao desaparecimento de determinadas espécies.

atilac sex 20.fev.2004 22:47:00

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