Ulysses (não é o do James Joyce)

Parabéns ao meu irmão Ulysses, o primeiro dos meus irmãos, pelos seus 22 anos!
(Pra maioria dos três leitores que não sabe, eu sou o mais velho dos quatro Cavalcante da Silva.)
Sendo um dos irmãos do meio (fica difícil dizer se, numa irmandade formada por quatro fulanos, o do meio é o segundo ou o terceiro), ele carrega aquele fardo (e fado) de todo filho nascido nessa ordem: bagunceiro, chato e safado que se acha o esperto e o mais correto do mundo.
Uma das formas de conhecer o Ulysses melhor é sabendo das gafes dele. E olha que me lembro de várias (todas de quando já não era tão pequeno), uma mais vergonhosa que a outra.
Em uma delas, ele afirmou que São Paulo (o Estado) era um país. E teimou comigo e minha mãe. Da mesma forma, brigou com todo mundo em casa quando nós dissemos a ele que os desenhos animados não eram encenados por atores, mas, óbvio, desenhados. Mas não, não era isso: ele dizia que os desenhos eram filmes, e cada personagem que aparecia, uma pessoa. E ai de quem discordasse dele.
Entre os fatos mais recentes que envolveram nós dois, está uma discussão barraqueira que tivemos, com direito a suco na cara dele e tudo mais. Fiquei tão puto da vida que joguei na cara dele toda a bebida que estava no meu copo. O motivo, claro, foi porque me irritei, depois de quase 22 anos, com o jeito de sabe-tudo dele numa questão que envolvia um direito meu e o que ele “achava” (sem razão nenhuma, claro) que era “direito”.
Se me arrependo de ter jogado o suco nele? Claro que não. Só me arrependo de não tê-lo feito limpar toda a sujeira que fiz, porque ele merecia.
Entre alguns amigos, o Ulysses é conhecido como Agostinho, porque é idêntico ao personagem d’A Grande Família, que passa na TV dos Marinho. “Cara, o Agostinho é baseado no Ulysses!”, diriam alguns, certos de que isso é verdade.
(Não, nada contra ele. Aliás, pelo contrário. Mas as verdades têm de ser ditas por alguém, não é mesmo? Coube a mim essa ingrata tarefa – eu recusei, mas insistiram…)
Mas hoje as picuinhas estão suspensas e as brigas, adiadas. Porque hoje é aniversário desse cafajeste, desse que se acha o maior skatista de toda a rua Pexerica (esperando para ser descoberto por uma grande grife, como a Sims).
É isso aí, garoto. Vê se toma juízo. Agora você tem 22 anos, já está na hora, né? Você não tem de deixar de pensar em aproveitar a vida, mas precisa dividir esse espaço na sua cabeça com as responsabilidades de alguém que precisa trabalhar e estudar pra se aperfeiçoar e continuar a crescer.
Beijo grande e um forte abraço, meu irmão. Apesar de ser uma peste, você merece.
PS: e dê uma banana pra quem te enche o saco ou não acredita no teu potencial. Mas mostre a banana (oooops!) e o potencial junto, claro.

atilac qua 28.maio.2003 16:03:00

Deixe seu comentário