Vazio
Estou sentindo um grande vazio com o fim da série O Quinto dos Infernos, o mesmo vazio que senti quando acabou uma outra série, Anos Rebeldes, que amei e acompanhei do início ao fim.
Não vi o Quinto inteiro, porque chegou uma hora que não estava mais aguentando ficar acordado durante a semana para assistir. Mas estou triste (é, dá pra chamar de tristeza) porque era uma série divertida, com uma visão pornochanchada de uma parte da História do Brasil.
Concordo com as críticas de que o retrato é reducionista e totalmente irreal e surreal, mas não estou julgando a fidelidade histórica do programa. Estou falando de outro ponto, o da diversão, e isso a série tinha de sobra. Poderia ter sido melhor? Claro que sim. Mas não era de todo má como a inteligentsia brasileira martelou tanto na imprensa.
Não dá pra comparar com a adaptação de O Auto da Compadecida feita por Miguel Arraes. Esta foi um primor! Não dava pra deixar de rir.
Acho que o fato de ter durado um tempão fez com que a série criasse algum tipo de laço com o telespectador – ou só comigo. Fico pensando “e agora, não vou mais ter o Quinto para assistir à noite”. Dá um… vazio.
Só resta torcer para que a Globo invista numa nova produção do nível de O Auto da Compadecida logo, logo. Na minha opinião, as séries e as minisséries são ótimas substitutas das novelas, que nem todo mundo tem saco e tempo para agüentar. Escrevam o que digo: a novela do jeito que conhecemos deixará de existir daqui a alguns anos. Será beeeem mais curta, mais ágil e forte. Mais ou menos como o Auto.